Nerivaldo Elísio Vieira - Dissertação


RESUMO:  A fase de avaliação de progênies de qualquer cultura constitui um ponto critico que, no geral, limita o volume e a eficiência do trabalho de melhoramento. Como se sabe, o progresso devido à seleção é correlacionado positivamente com o número de unidades de avaliação utilizadas em cada ciclo, mas o aumento deste número quase sempre é limitado pela insuficiente disponibilidade de recursos materiais, humanos e financeiros. No caso de avaliação de famílias, progênies ou linhagens, por exemplo, o aumento das unidades de avaliação, freqüentemente só se toma factível com a redução no número de repetições e/ou tamanho das parcelas, para uma mesma área plantada. Depreende-se assim, dessas considerações, que o uso de parcelas relativamente menores, na fase de avaliação de linhagens pode ser muito interessante, por permitir uma maior flexibilidade quanto ao número de progênies e de repetições utilizadas nos ensaios. Objetivando identificar a forma e o tamanho mínimo de parcela experimental utilizáveis em melhoramento de arroz de sequeiro, foi conduzido um experimento de avaliação de 25 genótipos, utilizando parcelas de 12 diferentes tipos (uma, duas e três linhas de um, dois, três e quatro metros de comprimento). Foram estimados parâmetros genéticos, fenotípicos e estatísticos e os respectivos erros associados, além da aplicação das metodologias de avaliação de eficiência de seleção e de eficiência experimental. Através dos resultados obtidos pode-se concluir que: (1) o poder de discriminação de um experimento tende a crescer com o aumento do tamanho da parcela; (2) com o aumento do tamanho da parcela observa-se uma tendência de obtenção de maiores estimativas de estatísticas F, de herdabilidade e de ganho por seleção, acompanhada de uma redução das estimativas de coeficiente de variação experimental e de erros associados à variância genética e à herdabilidade; (3) é, contudo, possível a utilização de parcelas menores que as atualmente recomendadas sem perdas relevantes de informações, desde que a redução ocorra no sentido do comprimento, mantendo duas ou três linhas de largura, destacando-se as parcelas com forma tendendo mais para quadrada; (4) considerando os aspectos de natureza genética observados e os dc natureza prática relacionados à redução do consumo de sementes e de área experimental. a utilização de parcelas de duas ou três linhas de dois metros de comprimento (2,00 m2) deve ser preferida à de tamanho normal (três linhas de 4,0 metros = 6,00 m2) , pois pode proporcionar, dependendo do tamanho da área com bordaduras, uma redução de mais de 50% no tamanho dos experimentos, sem, contudo, reduzir de maneira relevante a eficiência na avaliação dos genótipos.