Corival Cândido da Silva - Tese


RESUMO:    O aumento na produção de alimentos por meio da agricultura com enfoque em sistemas agrícolas tem sido bastante praticado nos últimos anos, O feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) é uma espécie viável de integrar esses sistemas, o que tem sido demonstrado nas áreas irrigadas na região central do Brasil, onde rendimentos de grãos na ordem de 2500 kg ha’ são obtidos, com freqüência, com esta leguminosa. Entretanto, são necessários ajustes nas técnicas de manejo, adequando-as aos diferentes sistemas. A adubação nitrogenada é uma delas. Embora o feijoeiro supre parte de sua demanda de nitrogênio via associação com bactérias do gênero Rhizobíum, a quantidade fornecida por esse processo normalmente é insuficiente para a planta, necessitando ser completada, o que via de regra é feito por meio da adubação mineral. Esta, no entanto, deve ser diferenciada, considerando a diversidade dos sistemas agrícolas em que o feijoeiro participa. Para comprovar esta hipótese, avaliou-se a influência de quatro sistemas agrícolas na resposta do feijoeiro irrigado, cultivar Aporé, à adubação nitrogenada. Os sistemas foram: A - rotação milho-feijão, preparo do solo com arado de aiveca no verão e grade aradora no inverno; B - rotação arroz-feijão. preparo do solo com arado de aiveca em todos os plantios; C - rotação arroz/calopogônio-feijão, preparo do solo com grade aradora em todos os plantios; e D - rotação milho-feijão, em plantio direto continuo. O nitrogênio, tendo uréia como fonte, foi aplicado em cobertura nas doses de 0, 25, 50, 75, 100 e 125 kg ha’ de N. Os experimentos foram conduzidos no período de outono-inverno, de 1996 e 1997, em Latossolo Vermelho-Escuro distrófico, na Fazenda Capivara, pertencente a Embrapa Arroz e Feijão. Verificou-se que os sistemas agrícolas afetaram a distribuição de nutrientes no perfil do solo. Nos sistemas C, e principalmente, D houve maior concentração nas camadas superficiais, sendo mais evidente nos teores de P, K e Ca2~ + Mg2~ . Quanto às características físicas, o efeito dos sistemas na estrutura do solo, avaliado por meio do diâmetro médio ponderado dos agregados, foi o mais pronunciado, sobressaindo com os maiores valores os sistemas C e D. Não se constatou efeito dos tratamentos na concentração de N-nitrato na solução do solo, mas houve efeito no conteúdo de nitrogênio na planta, na nodulação, no número de vagens/planta, na massa de 100 grãos e no rendimento de grãos. Os maiores rendimentos de grãos foram obtidos nos sistemas C e D, em que houve menor movimentação de solo. Com relação à adubação com nitrogênio, as respostas do feijoeiro variaram com os sistemas e houve maior eficiência do uso deste nutriente no segundo ano de plantio. No sistema C, o efeito das doses de N ajustou-se ao modelo quadrático, sendo de 109 kg ha’ de N, a dose estimada pela equação de regressão para obtenção dos maiores rendimentos, 2661 kg ha1 em 1996 e 3098 kg ha’ em 1997. No sistema D o efeito foi linear, mostrando que o feijoeiro demandou mais nitrogênio no plantio direto. Nos sistemas A e B, o efeito das doses variou com o ano do cultivo.