Larissa Leandro Pires - Dissertação
RESUMO: O revestimento de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.) com polímeros possibilita uma melhor distribuição e fixação de produtos químicos no tegumento. Como as espécies vegetais respondem de forma diferenciada a este tratamento, um primeiro experimento foi realizado com o objetivo de verificar o efeito de diferentes polímeros: tintas de polímeros vinílicos, goma xantana e polímero de acetato de vinil, na qualidade dessas sementes. As sementes revestidas foram avaliadas através de teste de germinação e de vigor (primeira contagem). Apesar da velocidade de germinação das sementes ter sido diminuída pelo revestimento, principalmente pelo polímero de acetato de vinil, a porcentagem de germinação final não foi afetada, mesmo durante o armazenamento. Em um segundo experimento, para verificar o efeito do revestimento com polímeros na qualidade fisiológica das sementes de feijão, estas foram revestidas com as tintas de polímeros vinílicos fosca e brilhante. Este procedimento foi repetido ao longo de seis dias consecutivos. As avaliações foram efetuadas ao final deste período, através de teste padrão de germinação e de vigor (primeira contagem de germinação ao quatro dias e teste de envelhecimento acelerado). Para avaliar o efeito destes polímeros atuando como barreira mecânica à absorção de água, após o revestimento das sementes, estas foram imersas em água. A absorção de água foi avaliada através de pesagens das sementes efetuadas a O (momento da imersão), 1. 2, 4, 8, 16, 24, 36, 48, 60, e 72 horas após a imersão das sementes em água. Estes procedimentos foram realizados imediatamente após a aplicação dos polímeros e repetidos ao longo de seis dias após o revestimento. O revestimento de sementes de feijão com a tinta de polímeros vinílicos brilhante, em comparação com a tinta fosca, ocasionou um maior atraso no processo germinativo. Isto se deve ao fato dessa ter provocado uma maior restrição à absorção de água pelas sementes, durante a germinação. Entretanto, a porcentagem final de germinação das sementes revestidas por ambas as tintas, não foi afetada. Com o intuito de se verificar o efeito do revestimento sobre a qualidade de sementes de feijão tratadas com fungicidas, durante quatro meses de armazenamento, estas foram primeiramente inoculadas com Colletotrichum lindemuthianum (5 x 100000 conídios/mL). Em seguida, fungicidas de diferentes formulações, pó molhável, suspensão concentrada e pó seco, foram aplicados às sementes sob duas formas, prévia e concomitantemente à aplicação de uma mistura de dois polímeros (tintas de polímeros vinílicos fosca e brilhante). As avaliações do revestimento e tratamento com fungicidas foram realizadas mediante testes de germinação, de vigor (contagem de germinação aos quatro dias), e testes de sanidade em papel toalha e de filtro. Apesar do processo germinativo das sementes revestidas e tratadas ter sido atrasado, a porcentagem de germinação não foi afetada durante o armazenamento. A associação da formulação pó molhável com o revestimento aumentou a porcentagem de germinação após dois e quatro meses de armazenamento. As formulações pó molhável e suspensão concentrada apresentaram uma maior eficiência de controle, em relação à porcentagem de sementes livres de patógenos e incidência de bactérias, quando associadas ao revestimento com polímeros, ao final do armazenamento. A associação da formulação pó seco com o revestimento melhorou a eficiência de controle do fungo Colletotrichum lindemuthianum, até um mês após o início do armazenamento. |