Sérgio Utino - Dissertação
RESUMO: A bananicultura, no Brasil. tem evoluído tecnicamente nos últimos anos, sendo que a obtenção de mudas in vitro é uma técnica que deve ser recomendada com o objetivo principal de obtenção de mudas de alta qualidade. Entretanto, na fase de estabelecimento dos explantes, alguns problemas ainda devem ser solucionados, como é o caso da oxidação, provocada pela liberação de polifenóis no meio de cultura. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos das variações de níveis de sais minerais contendo ferro, cobre e zinco do meio MS (MURASHIGUE & SKOOG, 1962) e de substâncias e práticas antioxidantes no controle da oxidação no cultivo ín vitro da bananeira Prata (Musa AAB). No primeiro experimento, testaram-se concentrações de sais contendo ferro (0; 2,79 e 5,58 mg L’), cobre (0,0 e 0,006 mg L-1) e zinco (0,0 e 1,96 mg L-1) do meio MS (MURASHIGUE & SKOOG, 1962). Verificou-se que o Fe. Cu e Zn são essenciais ao crescimento; a concentração de Fe influencia a oxidação de explantes, sendo que maiores oxidações foram observadas em soluções mais concentradas: a redução ou exclusão do Fe, Cu e Zn do meio MS, de forma isolada ou em combinações, não foi suficiente para eliminar a oxidação de explantes. No segundo experimento, avaliaram-se os efeitos da concentração de sais do meio MS (100 e 50%) e as diferentes formas de incubação:28 dias em meio semi-sólido, 28 dias em meio liquido, 7 dias em meio líquido e 21 dias em meio semi-sólido, 28 dias em meio semi-sólido contendo carvão ativado, 7 dias no escuro após inoculação em meio semi-sólido e 7 dias no escuro, após inoculação em meio semi-sólido contendo carvão ativado. A redução da concentração de sais do meio MS diminuiu a oxidação e a massa da matéria fresca dos explantes. A incubação inicial por 7 dias em câmara escura, reduziu a oxidação, enquanto que a adição do carvão ativado (2,5 mg L-1) no meio de cultura resultou em menor peso da matéria fresca dos explantes e maior dificuldade na observação da ocorrência da oxidação. No terceiro experimento, testou-se os antioxidantes: ácido ascórbico, PVP (polivinilpirrolidone) e cisteína e diferentes formas de aplicação (meio de cultura, imersão c imersão + meio dc cultura); os resultados mostram que o ácido ascórbico e a cisteína foram mais efetivos no controle da oxidação embora o meio de cultura e explantes tenham escurecidos. Estudou-se também, três concentrações (100%, 50% e 33.33%) de sais do meio MS, duas de ácido ascórbico (0,0 e 25 mg L-1) e frequência entre subcultivos (cada 7 dias, cada 14 dias e cada 28 dias). Quando o período de subcultivos foi maior (28 dias), o crescimento em massa da matéria fresca foi reduzido em função da concentração de sais do meio MS. Para meios de cultura menos concentrados e frequência de subcultivos maiores, não houve necessidade da adição de ácido ascórbico para redução do escurecimento. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que a oxidação dos explantes de bananeira Prata não foi totalmente eliminada, entretanto o crescimento em massa pode ser considerado adequado para finalidade de divisão do mesmo e, conseqüentemente, multiplicação. Pesquisas mais aprofundadas devem ser realizadas objetivando a minimização da oxidação do meio de cultura, facilitando assim uma melhor detecção de contaminação o que possibilitará um melhor crescimento e desenvolvimento dos explantes. |