Paula Wagner Ballarin Frateschi - Dissertação


RESUMO: A fruticultura possui atualmente grande importância no âmbito mundial, sendo um dos destaques a goiaba (Psidium guajava), devido ao seu elevado valor nutritivo e ótima aceitação para consumo in natura, além das várias formas de aplicação industrial. Assim. em função da necessidade de aumentar sua vida pós-colheita, a fim de ampliar o tempo para comercialização e exportação, e frente ao crescimento do uso da irradiação como método para prolongar o período pós-colheita dos frutos, realizou-se este trabalho, com o intuito de determinar a melhor dose de radiação na conservação pós-colheita da goiaba branca, verificando-se também as principais alterações físicas e químicas da fruta no decorrer de seu armazenamento. Os frutos, colhidos fisiologicamente maduros, foram selecionados e encaminhados para o Centro de Energia Nuclear na Agricultura CENA/USP em Piracicaba, SP, sendo separados em cinco lotes de 84 frutos. Posteriormente, cada lote recebeu uma determinada dose de radiação (0,0; 0,3; 0,6; 0,9 e 1,2kGy). Em seguida, os cinco lotes foram transportados para o Laboratório de Frutas c Hortaliças do Departamento de Horticultura - UNESP - Campus de Botucatu, onde cada lote foi separado em duas partes, sendo uma armazenada sob condições ambientais (24,3 - 290C e 70-86,5% UR) por 12 dias e a outra sob condições de refrigeração (9ºC e 85 + 5% UR) em estufa incubadora do tipo B.O.D., por 21 dias. Durante todo o período de armazenamento, os frutos foram avaliados a cada três dias, quanto à perda de massa fresca, coloração da casca, respiração, incidência de doenças, conservação pós-colheita, textura, clorofila, rendimento de polpa, sólidos solúveis totais, acidez total titulàvel, pH, vitamina C, açúcares redutores e totais, “ratio” e análise sensorial realizada até o 15º dia, somente para os frutos refrigerados. O delineamento estatístico empregado foi o inteiramente casualizado, comparando-se as médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Entre as doses de radiação aplicadas, a de 0,3kGy foi a mais efetiva em ambos os experimentos, proporcionando aos frutos o menor pico respiratório, além de menor perda de massa fresca, menor índice de doenças e maior conservação pós-colheita. Quando mantidos no ambiente, os frutos deste tratamento apresentaram ainda maiores teores de sólidos solúveis totais. acidez total titulável, açúcares redutores totais e vitamina C e, quando refrigerados, mostraram coloração mais verde, textura mais firme e maiores teores de açúcares redutores. As doses superiores a 0,3kGy mostraram-se excessivas para a goiaba branca, nos dois experimentos, proporcionando menor período de conservação, maior percentagem de frutos doentes no final do período e aumento nos danos da casca. A associação da irradiação com a refrigeração a 9ºC e umidade relativa de 85 mais ou menos 5% UR mostrou maior eficiência para a conservação pós-colheita da goiaba branca, promovendo aumento na vida de prateleira. em função do atraso no aparecimento de doenças e diminuição da velocidade de amarelecimento. Os frutos de todos os tratamentos em ambos os experimentos apresentaram ocorrência de danos (bronzeamento) na casca, sendo que a velocidade de aparecimento destes danos foi favorecida pelo aumento da dose de radiação aplicada.