Heloína Terezinha Faleiro - Dissertação
RESUMO: São escassas as pesquisas regionais no que se refere a fase de pós-colheita, secagem artificial e armazenamento de grãos, considerando as condições climáticas, o que tem contribuído para a adoção de práticas inadequadas durante a secagem e estocagem, provocando perdas de qualidade e de peso, Foram utilizados dados da Microrregião de Goiânia obtidos na Estação Evaporimétrica (Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás), abrangendo um período de 16 anos (1980 a 1995). O processo de secagem com ar natural (contínua e seletiva) e de aeração de grãos foram simulados através de modelos matemáticos empiricos, alimentados com dados climáticos (temperatura, umidade relativa e pressão barométrica) dos anos que apresentaram condições mais desfavoráveis para realização dos respectivos processos. O critério para o uso do ar natural no processo de secagem foi o teor de umidade de equilíbrio, base seca, comparado com os teores de umidade recomendados para o armazenamento seguro durante um ano. Para o acionamento do ventilador no processo de aeração, foi considerado o momento em que a temperatura de bulbo seco do ar atmosférico fosse igual ou inferior àtemperatura do ponto de orvalho do ar intergranular. Através de levantamento junto a unidades armazenadoras do estado de Goiás, constataram-se o elevado percentual de perda de peso e a adoção de procedimentos variados no uso da aeração, o que demonstra o desconhecimento da relação entre as propriedades psicrométricas do ar ambiente e do comportamento térmico e higrométrico da massa de grãos. A simulação mostrou que o potencial de secagem com ar natural e de aeração decresce na seguinte ordem: arroz, soja, trigo, milho, feijão e sorgo. O clímax do período mais favorável à secagem com ar natural foi verificado entre a segunda quinzena de agosto e a primeira quinzena de setembro, enquanto que para a aeração ocorreu no mês de julho. É possível a utilização de secagem contínua pra culturas de inverno, com restrições nos períodos mais úmidos. O fornecimento de calor suplementar ao & de secagem é necessário para culturas de verão, exceto para o arroz. O turno das 10 às 17h é o mais favorável para a secagem seletiva. E possível o uso da aeração para equalização da temperatura da massa de grãos, no entanto, é impossível a redução da temperatura a níveis adequados ao controle de fungos e insetos |