Júlio Cezar Silveira Nunes - Dissertação


RESUMO:  A ocorrência dos inimigos naturais das principais pragas do algodoeiro no Estado de Goiás foi estudada a partir de levantamentos realizados em quatro áreas de algodão localizadas nos municípios de Goiânia (Escola de AgronomialUFG), Goianápolis, Indiara e Santa Helena de Goiás, no período de dezembro de 1997 a abril de 1998. As principais pragas detectadas foram os pulgões do algodoeiro, Aphis gossypii Glover (Homoptera Aphilidae) e curuquerê do algodoeiro, Alabama argillacea Huebner (Lepidoptera: Noctuidae), Os predadores foram amostrados pelo método de “batida de pano”, com 20 pontos de amostragem por área. O parasitismo de ovos e pupas de A. Argillacea e de larvas e pupas de Anthonomus grandis foi determinado após coletas em campo e manutenção em laboratório. A ordem decrescente de freqüência dos inimigos naturais nas áreas tratadas com inseticidas foi: Forficulidae (Doru lineare), Formicidae (Solenopis sp., Pheidole sp. e Conomyma sp.), Araneae (Thomisidae, Araneidae, Oxypidae, Clubionidae e Salticidae), Coccinelidae (Clycloneda sanguinea) e Chrysopidae (Chrysopa sp.). Nas áreas não tratadas com inseticidas, esta ordem de freqüência foi semelhante, com exceção da população dos coccinelídeos que foi maior que as aranhas. De uma maneira geral, os inseticidas foram prejudiciais às populações dos predadores. Os crisopídeos e coccinelídeos foram os mais prejudicados, com reduções de 79,4% e 70,9%, respectivamente. O parasitismo de pupas de curuquerê do algodoeiro (A. argillacea) por Tachinidae foi, em média, de 14,46%, 17,64% e 6,00% para os experimentos da Escola de Agronomia, Goianápolis e Fazenda Vasconcelos, respectivamente. O parasitismo de ovos de A. argillacea por Trichogramma pretiosum, coletados na Escola de Agronomia, foi de 63,8% e 35,8% para as áreas não tratadas e tratadas com inseticidas, respectivamente (redução de 43,9%). O parasitismo do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) foi de 62,0% e 53,25%, para os botões florais do algodoeiro coletados sem e com seleção para punctura de oviposição, respectivamente. Os parasitóides coletados foram identificados como: Chelonus sp. (Microchelonus) (Braconinae: Cheloninae). Bracon sp. (Braconidae: Braconineae) e Pachycrepoideus vindemiae (Pteromalidae). A ocorrência de predadores e parasitóides foi muito elevada, principalmente nas áreas não tratadas com inseticidas, evidenciando a urgência de implantação do Manejo Integrado de Pragas, como forma de preservar e ampliar a participação do controle biológico natural.