Jurema Fonseca Rattes - Dissertação

RESUMO: Dentre as pragas da soja, os percevejos da família Pentatomidae assumem fundamental importância, sendo já conhecidas niais de 25 espécies, constituindo em sua maioria em um complexo de sugadores altamente nocivos à cultura. Dentro da filosofia de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle biológico através do uso de parasitóides de ovos é o principal agente de mortalidade dos percevejos. Foram realizados levantamentos de ovos de percevejos fitófagos na cultura da soja nos municípios de Rio Verde, Montividiu, Jatai, Santo Antônio da Barra e Acreúna, na região Sudoeste do Estado de Goiás, no período entre fevereiro de 1995 a abril de 1998, com o objetivo de verificar a incidência natural e determinar a flutuação populacional dos parasitóides de ovos dos percevejos, conhecer as preferências desses parasitóides sobre as principais espécies hospedeiras, determinar os índices de parasitismo, bem como identificar as principais espécies de parasitóides que ocorrem na região. Verificou-se nas safras de 1995/96, 1996/97 e 1997/98 altas taxas de parasitismo natural sobre os ovos dos percevejos, atingindo, respectivamente, índices de 77,34%, 77,48% e 6 1,49% na espécie hospedeira Euschistus heros e de 63,83%, 78,27% e 6 1,86% para Piezodorus guildinii. Das espécies de parasitóides encontradas, Telenomus podisi (Scelionidae) foi predominante com uma freqüência em ovos de E. heros e P. guildinii de 95% e 100% respectivamente na safra de 1995/96 e 85,5% e 97,0% em 1996/97 e de 95,8 e 95,5% em 1997/98. Neorileya sp. (Eurytomidae) apresentou uma freqüência de 100% em ovos de N.        viridula e participou com 14,5% de parasitismo em ovos de E. heros e com 3,0% em P. guildinii na safra 1996/97. Trissolcus brochymenae e Trissolcus basalis (Scelionidae) apresentaram freqüências bem reduzidas, inferiores a 5,0%. Os índices médios de parasitismo natural observados na região foram de 65,88% em 1995/196, 75,73% em 1996/97 e de 61,80% em 1997/98, demonstrando o alto potencial de controle biológico natural exercido por essas espécies justificando a utilização de práticas culturais e fitossanitárias que afetam o mínimo possível a população destes agentes de controle biológico natural.