Gisele de Macedo e Silva - Dissertação


RESUMO: O Cerrado brasileiro, possuindo características favoráveis à prática da agricultura, tem apresentando desenvolvimento agrícola acelerado nos últimos anos. A cultura do feijoeiro irrigado é utilizada em cerca de 70% da área plantada no inverno.  Muitas práticas recomendadas para o sistema convencional de preparo do solo não são adequadas ao sistema de plantio direto. Isto é especialmente verdadeiro no que se refere à adubação nitrogenada. Os restos da cultura anterior, deixados na superfície do solo, afetam o feijoeiro pelo seu efeito na relação C/N do solo. O presente estudo objetivou comparar o sistema de preparo convencional do solo e o plantio direto quanto à resposta do feijoeiro cultivado em sucessão ao milho à adubação nitrogenada, aplicada em diferentes épocas e proporções. O trabalho foi conduzido por dois anos consecutivos, 1999 e 2000, com a cultivar Aporé, em Latossolo Vermelho perférrico de textura argilosa, na Fazenda Capivara, da Embrapa  Arroz e Feijão, localizada no município de Santo Antônio de Goiás - GO, na época outono - inverno, sob irrigação por aspersão em sistema pivô central. Foram conduzidos dois experimentos, em blocos completos casualizados, com quatro repetições, sendo um em preparo convencional do solo e outro em plantio direto. O convencional constituiu-se de sete tratamentos. Todos os tratamentos receberam 120 kg de N ha-1 durante o ciclo da cultura, parcelados em até três épocas diferentes, constituindo-se de aplicação de N antecipada (20 dias antes da semeadura), na semeadura e em cobertura, respectivamente: 1 (0-0-120 kg ha-1); 2 (0-17,5-102,5 kg ha-1); 3 (0-40-80 kg ha-1); 4 (0-60-60 kg ha-1); 5 (0-80-40 kg ha-1); 6 (0-120-0 kg ha-1); 7 (40-40-40 kg ha-1). No plantio direto, além dos sete tratamentos anteriormente citados, utilizou-se os tratamentos 8 (0-17,5-102,5 kg ha-1) e 9 (0-60-60 kg ha-1), com a palha do milho picada. Sob preparo convencional, o modo de parcelamento de N não afetou a produtividade do feijoeiro, sendo o mais adequado, manter o que já é usualmente feito, aplicação de aproximadamente 15 % do N na semeadura e o restante em cobertura. O feijoeiro em sucessão com o milho, sob plantio direto, necessita de maior dose de nitrogênio na semeadura, sendo que a dose mais adequada é a de 60 kg ha-1 de N, independentemente da palha inteira ou não. Acima dessa dose, na semeadura, houve uma tendência de queda na produtividade. Verificou-se um incremento na produtividade do feijoeiro quando a palha do milho foi picada.