Gladys Rodrigues Costa Pinto - Dissertação

RESUMO: Nos últimos anos, melhoristas de milho vêm direcionando os programas de melhoramento visando resistência de plantas às doenças. Porém, novos patógenos estão surgindo em função do manejo da cultura, pela extensão da época de semeadura associados ao uso de materiais suscetíveis. O patógeno Cercospora zeae-maydis é recente na região Centro Oeste do Brasil e maiores danos foram verificados na safrinha do ano agrícola de 2000. O presente trabalho foi conduzido na safrinha do ano agrícola de 2001, totalizando quatro experimentos nos municípios de Goianésia, Goiânia e Rio Verde, no estado de Goiás, Brasil, visando obter informações referentes ao potencial genético de vinte e três populações de milho quanto ao ataque de insetos praga e quanto à reação a doenças foliares, com ênfase em Cercospora zeae-maydis, utilizando o esquema de cruzamento em "top cross". Em Goiânia foram conduzidos dois experimentos, sendo o primeiro destinado à avaliação da resistência às doenças foliares e o segundo, destinado para a avaliação da resistência aos insetos praga. Para o estudo do potencial genético das populações quanto às doenças foliares de ocorrência natural, foi feita a quantificação da severidade das doenças utilizando notas. Foram realizadas 4 avaliações das doenças a intervalos de 15 dias e iniciadas aos 50, 53 e 55 dias após a semeadura nos municípios de Goianésia, Goiânia e Rio Verde, respectivamente. Esses dados foram utilizados para se estimar a área abaixo da curva do progresso da doença (AACPD). Para o estudo do potencial genético das populações quanto ao ataque de Spodoptera frugiperda e Elasmopalpus lignosellus foi conduzido um experimento em Goiânia na safrinha do ano agrícola de 2001. Em Goianésia a ocorrência da lagarta do cartucho ocorreu naturalmente e o experimento também foi utilizado para fazer avaliação. Para avaliar o ataque da lagarta do cartucho no experimento de Goiânia, foi feita uma infestação artificial e posteriormente foram realizadas duas avaliações visuais do ataque da praga pelo uso de escala com notas variando de 0 (sem danos) a 5 (cartucho totalmente destruído). As duas avaliações foram realizadas aos 7 e 14 dias após a infestação artificial. Foram também incluídas as variáveis número de dias para o florescimento masculino, plantas acamadas e quebradas, produção, alturas de plantas e espigas. Verificou-se que a melhor época de avaliação das doenças foi no final do ciclo, em torno de 25 dias após o florescimento, pois além de refletir mais precisamente o dano total do tecido foliar, as avaliações não foram prejudicadas pela interferência da senescência das plantas. Observou-se a existência da variabilidade entre as populações estudadas para as doenças Cercospora zeae-maydis, Physopella zea, Helminthosporium turcicum e Diplodia macrospora. A análise do delineamento genético mostrou a importância dos efeitos aditivos e de dominância para a maioria dos caracteres, com possibilidade de formação de compostos e obtenção de linhagens resistentes. A análise individual da variância para o caráter resistência à lagarta do cartucho mostrou não haver significância para as diferenças entre tratamentos, portanto, não foi realizada a análise de variância do delineamento genético. Houve diferenças significativas (P£ 0,05) entre os tratamentos para resistência à lagarta elasmo e essas diferenças podem ser explicadas pelos efeitos de homozigotos, heterozigotos, dominância média e heterose média.