Sergio Renato Artiaga da Rosa - Dissertação
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da competição no comportamento das gramíneas forrageiras Urochloa brizantha Cultivar Marandu e Panicum maximum cultivar Tanzânia e das leguminosas forrageiras Stylosanthes guianensis Cultivar Mineirão e Neonotonia wightii Cultivar Comum, nos sistemas de plantio solteiro e consórcio. Para Braquiária e Tanzânia em sistema de plantio solteiro e consorciados com Soja Perene e Estilozantes, respectivamente, as taxas de crescimento da cultura (TCC) se mantiveram nos mesmos patamares, o que não foi observado no consórcio com Estilozantes. Neste consórcio o Tanzânia apresentou superioridade de 49,35 % aos 84 DAE, em relação ao Braquiária. Considerando que a TCC máxima (kg.ha-1.dia-1) do Braquiária e do Tanzânia foram obtidas aos 84 DAE, os respectivos IAF observados nesta mesma data correspondem ao IAF ótimo. O que demonstra que os consórcios não afetaram o ciclo das gramíneas, mas sim no que se refere aos valores obtidos para TCC e IAF, principalmente no consórcio do Tanzânia com Estilozantes. Deste modo, na comparação entre as TCC para as duas gramíneas, em cada sistema de plantio, observa-se superioridade do Tanzânia em relação ao Braquiária de 9,51 % no sistema solteiro, 0,30 % no consórcio com Soja Perene e de 49,35 % no consórcio com Estilozantes. O baixo valor observado tanto para Braquiária como para Tanzânia no consórcio com Soja Perene evidencia o efeito de inibição mútua. Para Soja Perene e Estilozantes em sistema de plantio solteiro e consorciados com Braquiária e Tanzânia, respectivamente, o comportamento das taxas de crescimento da cultura (TCC) apresentam-se diferentes em todos os sistemas de plantio, não somente no que se refere aos valores obtidos mas também na data correspondente. As maiores diferenças foram observadas entre Soja Perene e Estilozantes nos consórcios com as respectivas gramíneas. Os valores máximos observados para a TCC na Soja Perene foram aos 84 DAE no sistema solteiro e consorciado com Tanzânia e 70 DAE em consórcio com Braquiária. Para o Estilozantes os valores máximos se mantiveram aos 125 DAE, independente do sistema de plantio. Considerando que a TCC máxima (kg.ha-1.dia-1) e o IAF ótimo da Soja Perene diferem tanto entre os sistemas de plantio quanto em relação ao Estilozantes, evidenciando que os consórcios afetaram o ciclo da Soja Perene, a comparação entre as TCC para as duas leguminosas, não deve ser considerada devido não só à grande discrepância observada entre estes valores, mas principalmente em decorrência da diferença do hábito de crescimento de cada uma. Quanto ao índice, uso eficiente da terra (UET), para o Tanzânia e Estilozantes, em sistema solteiro, obterem a mesma produção em MS (kg.ha-1), seriam necessários uma área superior a 57,0 % em relação à área de plantio com este consórcio. Isto se refere à vantagem biológica, como uso complementar dos recursos naturais disponíveis. No caso do Braquiária e Estilozantes, em sistema solteiro, para obterem a mesma produção em MS (kg.ha-1) em relação ao consórcio, seriam necessários uma área superior a 21,7 %. Por outro lado, as produções em MS para o Braquiária e Tanzânia em consórcio com Soja perene, foram inferiores às áreas em relação ao plantio solteiro dessas gramíneas. Assim, seriam necessários 24,0 % e 12,7 % a mais de área cultivada em consórcio para alcançar a mesma produção em sistema solteiro, respectivamente. Este resultado confirma o processo de inibição mútua que foi observado entre as gramíneas e a Soja Perene. |