Dorival Gomes Geraldine - Tese


RESUMO: Foi analisado o desenvolvimento do agronegócio do milho em Goiás. Foram identificados os principais fatores, que possam ter contribuído para as mudanças no setor agrícola goiano, a partir de 1980, de forma a compreender melhor a evolução, inserção e competitividade na cadeia produtiva da cultura do milho, sob a perspectiva do segmento da produção primária e analisar o grau de inserção da produção do milho nos assentamentos de reforma agrária nesta cadeia produtiva, sob a ótica da sustentabilidade desses assentamentos. Foram utilizados basicamente os Censos Agropecuários de 1980 e 1995-96, complementado-os com dados da Secretaria do Planejamento do Estado de Goiás, Fundação Getúlio Vargas, FNP-Consultoria e Comércio, Food and Agriculture Organizations of the United Nations e I Censo da Reforma Agrária do Brasil. Considerou-se a divisão do Estado em microrregiões, calculando-se vinte e seis variáveis para cada uma delas. Essas variáveis foram selecionadas de maneira a caracterizar, a partir de indicadores de competitividade revelada aspectos técnico-econômico, sociais e de comercialização. Desenvolveu-se com esse conjunto de variáveis análises estatísticas (fatorial e de regressão) visando evidenciar a interferência relativa de cada característica básica escolhida, sobre a produtividade econômica, o grau de interrelacionamento comercial da cultura do milho com o segmento industrial e o grau de comercialização praticado pelos produtores. Os resultados sugerem que no contexto do agronegócio goiano, a competitividade da produção primária da cultura do milho, passa, necessariamente, em primeiro lugar, pela modernização agrícola. Sua inserção e integração de mercado, também exerce papel fundamental neste processo. No atual estágio de evolução da cultura, a alta tecnologia e as questões sociais na produção do milho, possuem, relativamente pouca importância no aspecto de sua competitividade. Finalmente, a maior importância relativa da pecuária, nas microrregiões, é fator que contrasta com o desenvolvimento do agronegócio do milho em Goiás. Sobre o grau de inserção de produção do milho nos assentamentos de reforma agrária, os indicadores utilizados neste trabalho, apontam para duas situações: a técnica-econômica e a social. Na situação técnica-econômica, tem-se a necessidade de obtenção dos mesmos padrões de comportamento exigidos aos produtores não assentados. A situação social, desperta a atenção para a importância da cultura como atividade de subsistência e de integração com outras atividades desenvolvidas pelos assentados. Neste aspecto, a indicação é procurar através de "nichos" de mercado fazer a inserção da cultura, proporcionando a aproximação do assentado ao consumidor final.