Marlei de Fátima Pereira - Dissertação


RESUMO: O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar os efeitos da adaptação a terrenos serpentínicos sobre a estrutura genética de populações de plantas, comparada com aquela de populações da mesma espécie que ocorrem em terrenos não serpentínicos da região dos Cerrados. Para tanto, foram estudadas populações de três espécies arbóreas: Hymenaea stignocarpa Mart. ex Hayne (Jatobá), Bowdichia virgiloides Kunth (Sucupira-preta) e Qualea grandiflora Mart. (Pau-terra). Foram amostradas quatro populações de cada espécie, duas em terrenos serpentínicos e duas em terrenos não serpentínicos. O estudo da estrutura genética das populações foi conduzido com base em polimorfismos de DNA analisados com marcadores RAPD, determinando em cada população o número de locos polimórficos, o coeficiente de similaridade de Jaccard, e realizando uma análise de variância (AMOVA) pela decomposição da variância genética, nos seus componentes entre e dentro de populações. O valor da variabilidade genética entre populações (fST) foi significativo para as espécies de Sucupira-preta e Jatobá e nulo para Pau-terra, apresentando fST = 0,1189, fST = 0,06925 e fST = 0,0004 para Sucupira, Jatobá e Pau-terra respectivamente. Em média, populações coletadas em solos serpentínicos mostraram menor nível de variabilidade genética do que populações de solos não serpentínicos. Estes resultados sugerem que fortes pressões de seleção derivadas da presença de elementos tóxicos nos solos serpentínicos têm um efeito na quantidade de variabilidade genética das populações, mas não promoveram ainda o isolamento reprodutivo necessário para permitir a divergência genética entre populações de solos serpentínicos e não serpentínicos