Heloína Terezinha Faleiro - Tese
RESUMO: A qualidade do grão de soja é fator determinante para sua comercialização, visto ser matéria-prima para a fabricação de muitos produtos, cujo padrão de qualidade é cada vez mais exigido pela agroindústria. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o volume de grãos de soja (Glycine max L. Merrill) da safra 1999/2000 recepcionado em duas unidades armazenadoras do Sudoeste Goiano (municípios de Montividiu-UA1 e de Chapadão do Céu-UA2), quanto à classificação (teor de umidade, percentagem de impurezas, percentagem de grãos quebrados e percentagem de grãos ardidos) e levantar condições climáticas locais (temperatura, umidade relativa e precipitação pluviométrica) ocorridas no período, relacionando estas variáveis entre si. As variáveis inerentes aos grãos foram obtidas a partir de médias diárias das análises de classificação de amostras coletadas em cada carga recepcionada nas unidades armazenadoras. As variáveis climáticas foram utilizadas como médias diárias de dados obtidas em instrumental localizado nas unidades armazenadoras consideradas. Os dados foram organizados para as variações intrínsecas aos grãos (teor de umidade, percentagem de impurezas, percentagem de grãos quebrados e de grãos ardidos) e ao clima (temperatura, umidade relativa e precipitação pluviométrica). O teor de umidade de grãos (média diária) máximo foi de 22,5 e o mínimo de 11,2%, sendo a média do período para os dois locais de 15,5%, aproximadamente A média diária de percentagem de impurezas na UA1 ficou em torno de 1,2%, com pequena variação, e para a UA2 variou de 0,7 até 7,8%, com média geral de 2,4%. As médias gerais de percentagem de grãos ardidos foram de 1,7 e 3,0%, para as UA1 e UA2, respectivamente, enquanto que as médias de percentagem de grãos quebrados foram de 7,3 e 6,8% As médias diárias de temperatura na UA1 variaram de 16,2 a 28,5º C e na UA2 de 15,5 a 23,5ºC. A variável temperatura na UA2 apresentou comportamento pouco influenciado pelas outras variáveis climáticas, mas, de uma forma geral, as variáveis climáticas interagiram entre si e influenciaram as características dos grãos, teor de umidade dos grãos, de forma direta e, de forma indireta, a percentagem de grãos quebrados e de impurezas, não exercendo influência significativa sobre a percentagem de grãos ardidos. A coleta de dados ocorre entre os meses de fevereiro e maio quando se observou que a redução da ocorrência da precipitação pluviométrica, acarretando a redução da umidade relativa, acabou por proporcionar boas condições para os grãos, que diminuíram o teor de umidade, mas que, no final do período, em função do teor de umidade reduzido, aumentaram a percentagem de grãos quebrados e, conseqüentemente, a porcentagem de impurezas. A soja recepcionada apresentou características bastante satisfatórias, de acordo com o padrão exigido pelas unidades armazenadoras, e não muito distante do padrão exigido, após o beneficiamento pelos órgãos oficiais e pelas indústrias de processamento |