Stanley Vaz dos Santos - Dissertação
RESUMO: Alterações nas formas de manejo do solo interferem tanto na produtividade como nas perdas de água, solo e nutrientes devido à erosão. Baseado neste contexto buscou-se quantificar as perdas de água e de solo em diferentes sistemas de manejo, bem como determinar a erodibilidade do solo e a erosividade da chuva por métodos indiretos e realizar as estimativas de perda de solo pela USLE. O trabalho foi desenvolvido num Latossolo Vermelho Distroférrico, localizado na área experimental da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás (EA/UFG) em Goiânia - GO. A área experimental consiste em dez parcelas de 20 m2 (10 x 2 m), das quais nove foram trabalhadas inicialmente no sistema de plantio direto (PD) e uma utilizada no sistema convencional. Nestes moldes foram quantificadas as perdas de solo e água nas safras de 2001/2002 e 2002/2003. No final do ano de 2003, das parcelas com plantio direto, cinco foram mantidas neste sistema, duas foram revolvidas na profundidade de 25 cm e reiniciadas no plantio direto (PDR) e, em duas foi utilizado o sistema de plantio convencional (CO). A parcela que utilizava o plantio convencional foi iniciada no plantio direto (PDI). Nas safras de 2001/2002, 2002/2003 e 2003/2004 o percentual infiltrado foi superior a 93% para o sistema de plantio direto e a 71% para o sistema de plantio convencional, considerando apenas as chuvas que propiciaram escoamento. As médias das perdas de solo na safra de 2003/2004 foram de 2,27; 2,51; 14,61 e 14,79 t.ha-1 e de água de 3,07; 5,51; 14,04 e 10,80%, respectivamente para os sistemas de manejo PD, PDR, CO e PDI. No sistema PD os tratamentos PD4 e PD5 obtiveram as maiores perdas de água e solo, assim como o pior desempenho na cobertura vegetal e nas propriedades físicas. As erosividades anuais foram de 9048,29; 8177,59 e 9575,41 MJ.mm.ha-1.h-1 para as respectivas safras. Sendo que na safra de 2003/2004 este índice mostrou-se 20% superior a erodibilidade calculada com a precipitação média dos últimos 23 anos. Nos meses de janeiro, março e fevereiro observaram-se as maiores erosividades mensais, no entanto os meses de maiores perdas de solo foi março, janeiro e abril, respectivamente. As estimativas da erodibilidade do solo determinadas pelos modelos de Wischmeier et al. (1971), Denardin (1990) e Roloff e Denardin (1994) mostraram-se discrepantes, sendo a maior diferença observada no último modelo citado, no qual os valores superestimaram bastante este parâmetro, inviabilizando a sua indicação para a área experimental. Foi utilizada a USLE para verificar as supostas perdas de solo com os diferentes modelos matemáticos e períodos anuais dos parâmetros de erosividade, erodibilidade e declividade e comprimento de rampa, além dos fatores de uso e manejo do solo adotados da literatura. Estas perdas oscilaram bastante, destoando dos valores encontrados em campo, e sendo fortemente influenciadas pelos valores de erodibilidade obtidos. |