Rosana Gonçalves Barros - Tese
RESUMO: Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre o cupim de montículo Cornitermes snyderi, foram desenvolvidos três experimentos em Goiânia, GO, no período de setembro de 2002 a dezembro de 2004. O Experimento 01 teve como objetivo verificar a influência de diferentes níveis de saturação por bases no desenvolvimento de colônias C. snyderi. Foi escolhida uma área de pastagem degradada de Brachiaria brizantha, típica da região de cerrado e propensa ao desenvolvimento de cupins, onde foram demarcadas nove parcelas, discriminando os tratamentos em três níveis de calagem, de forma a obter um gradiente de saturação por bases próximo de 20%, 40% e 60%.Os tratamentos consistiram da aplicação de 1 t ha-1 de calcário dolomítico (dose recomendada pela análise do solo); 2 t ha-1 (dobro da dose recomendada) e a testemunha sem calcário. Após a constatação da elevação da saturação por bases para os níveis desejados, foram transferidas 10 colônias de C. snyderi para cada parcela. Previamente, foram realizadas as medições (cm) da altura, circunferência ao nível do solo e circunferência do terço médio de cada cupinzeiro. A primeira avaliação foi realizada doze meses após a transferência das colônias, quando removeu-se um pedaço de cada cupinzeiro para verificar a capacidade de reconstrução dos ninhos e a atividade das colônias. No mês seguinte foi realizada a avaliação final, onde as colônias foram retiradas do solo, medidas e comparadas com as medições iniciais. O Experimento 02 teve por objetivo verificar os efeitos de diferentes formas de aplicação de calcário sobre as colônias de C. snyderi. Foram selecionados, identificados e medidos 60 cupinzeiros, com colônias ativas e com diâmetro médio ao nível do solo entre 50 cm e 100 cm, em pastagem degradada de Brachiaria brizantha. Em 20 cupinzeiros o calcário foi aplicado a lanço, cobrindo totalmente os cupinzeiros (100 g/cupinzeiro), além de aplicar 100 g num raio de 1 m ao redor dos mesmos. Nos outros 20 cupinzeiros foi aberto um canal central, por onde o calcário foi aplicado com polvilhadeira manual (10 g/cupinzeiro). Nos demais cupinzeiros não houve aplicação de calcário. As avaliações foram realizadas aos 15, 30, 60 e 90 dias após a aplicação do calcário, removendo-se um pedaço dos cupinzeiros para verificar a atividade das colônias pela capacidade de reconstrução. Realizou-se ainda, a medição dos cupinzeiros para comparar com os dados iniciais. O Experimento 03 foi conduzido em pastagem degradada com B. brizantha, infestada principalmente por C. snyderi, com o objetivo de avaliar os efeitos de repelência do calcário sobre o forrageamento de C. snyderi. Foram selecionados 15 cupinzeiros de C. snyderi e ao redor dos mesmos foram abertas quatro cavidades. Em duas destas cavidades colocava-se bagacilho de cana sem calcário e nas outras duas, bagacilho de cana com calcário. As avaliações foram realizadas a cada sete dias, para verificar a porcentagem média de forrageamento de bagacilho de cana-de-açúcar pelos cupins. De acordo com os resultados obtidos no Experimento 01, constatou-se que a calagem não influenciou no desenvolvimento e na sobrevivência de colônias de C. snyderi. No Experimento 02, observou-se que o calcário, indiferentemente da forma como foi aplicado no cupinzeiro, não teve influência sobre as colônias de C. snyderi, pois todas as colônias tiveram uma excelente capacidade de reconstrução dos seus ninhos, além de continuarem ativas e com a presença de todas as formas biológicas. No Experimento 03 a porcentagem de forrageamento de bagacilho de cana-de-açúcar sem calcário pelos cupins, foi significativamente maior quando comparada com o forrageamento do bagacilho de cana com calcário, indicando assim, um possível efeito repente do calcário. |