Iraídes Fernandes Carneiro - Tese


RESUMO:  Foram realizados quatro experimentos em laboratório de cultura de tecidos, tendo sido estudadas metodologias de descontaminação de explantes, tratamentos físicos para a quebra da dormência apical e o efeito de fitorreguladores, de nitrogênio e de fósforo sobre o crescimento e a produção de brotos em bananeira (Musa AAB cv. Maçã). No viveiro e no campo, fez-se o levantamento da ocorrência de plantas fora-do-tipo, descrevendo aquelas de mais fácil detecção. No primeiro experimento, foram estudadas quatro metodologias de descontaminação de explantes iniciais, utilizando-se 3,5% de NaOCl, com simples ou dupla descontaminações. Houve maior freqüência de ocorrência de bactérias do que de fungos e ambos surgiram a partir de três dias da inoculação. No segundo experimento, que consistiu no estudo de quatro tratamentos físicos realizados no explante inicial, constatou-se que a produção de brotos não foi influenciada pelos mesmos, até os 80 dias do cultivo. O número de brotos produzidos apresentou um aumento proporcional ao tempo de cultivo e a taxa de multiplicação teve uma tendência de redução até o sexto subcultivo. Maiores perdas de explantes, por contaminação e/ou oxidação, ocorreram em função de cortes realizados, entretanto, quando se dividiu o explante inicial ao meio, houve uma tendência de maior produção de brotos em função do tempo de cultivo in vitro. A adição ao meio de cultivo dos reguladores de crescimento, citocininas e/ou auxinas, foi estudada em doze tratamentos, consistindo de diferentes concentrações e misturas. Verificou-se que os fitorreguladores do grupo das auxinas e das citocininas são necessários para estimular a formação de novas brotações, sendo que concentrações de 2,5 e 5,0 mg L1 de Kin (cinetina), 5,0 mg L’ de BAP (6-benzil-anuno-purifla), e quando a soma de Kin e BAP no meio de cultura atingiu 5,0 mg L’, apresentaram melhores resultados. Houve um aumento de produção de novas brotações em função do tempo de cultivo e da concentração de BAP, bem como uma tendência de redução da taxa de multiplicação, até o terceiro subcultivo. Estudou-se também cinco doses de nitrogênio e duas doses de fósforo, através da variação do nitrogênio amoniacal e do fosfato monobásico de potássio, constantes do meio MS. A supressão de nitrogênio amoniacal do meio do cultivo não foi benéfica para o crescimento inicial dos explantes. O peso da matéria fresca seguiu o modelo quadrático para as doses de nitrogênio amoniacal, quando se utilizou dose normal de fósforo do meio MS, enquanto que, com a dose duplicada de fósforo, não houve diferença significativa. O surgimento de plantas atípicas ou variantes a partir da cultura in vitro foi constatado em levantamentos realizados na fase de viveiro e aos cinco meses do plantio no campo. As características mais facilmente observadas foram alterações na pigmentação foliar e do pseudo­caule, modificações na forma do limbo foliar e filotaxia anormal. Sintomas de deficiência nutricional de zinco surgidos na fase de viveiro puderam ser revertidos pela adubação de cobertura. A reversão para plantas normais, ou seja, o não aparecimento dos sintomas nos filhotes, também ocorreu nos casos de variegação foliar e filotaxia anormal